Para fins de melhorar a sua experiência, este site usa atualmente cookies. Eu Compreendo
Página Inicial
<  MARÇO 2024  >
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31

Portugal tem 40 anos de atraso em matéria de promoção de alimentação saudável

Portugal tem 40 anos de atraso em matéria de promoção de alimentação saudável
15 de Outubro de 2018

A Ordem dos Nutricionistas considerou hoje que Portugal tem 40 anos de atraso em matéria de promoção da alimentação saudável, defendendo que é preciso impor "mais ritmo" e "mais intensidade" em medidas para melhorar os hábitos alimentares dos portugueses.


Portugal tem que impor mais ritmo e mais intensidade àquilo que são as medidas para promover a alimentação saudável", defendeu a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, num encontro com jornalistas para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, que se comemora na terça-feira.


Considerando um "marco histórico" a criação da estratégia integrada para a promoção da alimentação saudável em 2017, porque é a definição 'preto no branco' do que o país deve fazer para melhorar os hábitos alimentares, Alexandra Bento salientou que o importante agora é que "saia do papel com um grande ritmo e intensidade" e que sejam colocadas no terreno as medidas preconizadas.


"Portugal acordou muito tarde em relação àquilo que têm sido os reptos de organizações internacionais, como é o caso da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação] que em 1974 dizia que todos os países deviam traçar uma política alimentar e nutricional para o seu país", sublinhou.


Passaram mais de 40 anos até que Portugal traçasse essa política e esse atraso é visível na prevalência da obesidade (22,3%), da diabetes (13%), da hipertensão arterial (40%), disse a bastonária, observando ainda que mais de metade da população tem peso a mais, que uma em cada dez crianças é obesa e um terço tem peso a mais, o que "lhes vai condicionar uma série de doenças".


"Isto faz-nos ver que acordámos muito tarde, mas se despertamos para o problema então temos que pôr medidas em ação com muita força e esta força exige a continuidade daquilo que está desenhado. Não podemos abrandar de maneira nenhuma", defendeu.


Por outro lado, também é preciso que se pense que, para resolver a questão alimentar, deve constar do Orçamento do Estado uma série de medidas e iniciativas, disse Alexandre Bento, sublinhando que o Governo, à semelhança da maior parte dos países da OCDE, deve dedicar no próximo OE 3% dos custos associados à saúde em prevenção da doença, em vez dos atuais 0,2%.


"É preciso gastar dinheiro hoje para se poupar amanhã", frisou.


"Um país, quando aumenta o seu produto interno bruto, se não apostar em literacia e se não controlar a oferta alimentar, as doenças crónicas não transmissíveis vão surgir", uma situação que aconteceu em Portugal e que se traduziu na duplicação da disponibilidade de carne e na triplicação da disponibilidade de gordura.


A Ordem dos Nutricionistas lembra que, em Portugal, a prevalência de doenças crónicas associadas a desequilíbrios nutricionais "assumem níveis preocupantes", sublinhando que, segundo a Direção-Geral da Saúde, metade das causas de doença e de morte no país tem relação direta com a alimentação.


LUSA

Fonte: Diário de Notícias, edição online, 15 de outubro de 2018