Para fins de melhorar a sua experiência, este site usa atualmente cookies. Eu Compreendo
Página Inicial
<  ABRIL 2024  >
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 1 2 3 4 5

DIABETES: A AMEAÇA GLOBAL QUE PRECISA DE AÇÃO LOCAL

DIABETES: A AMEAÇA GLOBAL QUE PRECISA DE AÇÃO LOCAL
26 de Novembro de 2018

A diabetes é considerada pela Organização Mundial de Saúde como a pandemia do século XXI.


Se olharmos para a realidade nacional vemos, de facto, valores muito alarmantes: mais de 1 milhão de portugueses tem diabetes e mais de 2 milhões sofrem de pré-diabetes. Acresce que se regista um número significativo de indivíduos que desconhece a sua condição.


Esta doença ocorre quando o pâncreas deixa de produzir insulina suficiente ou quando o organismo não consegue utilizar eficazmente a insulina produzida, o que é designado diabetes tipo 2.


Já a diabetes tipo 1, que representa menos de 10% dos casos, verifica-se quando há destruição das células produtoras de insulina do pâncreas causando desregulação no metabolismo glicídico, ou, como vulgarmente nos referimos, nos açúcares.


Na maioria dos casos, a diabetes surge de forma lenta e silenciosa, com sintomas discretos que podem inclusivamente retardar o seu diagnóstico, como por exemplo a vontade frequente de urinar, a sensação de sede constante ou o aumento do apetite e do cansaço.



O tratamento da diabetes deve basear-se, portanto, numa abordagem multidisciplinar, centrada no doente.



O impacto do tratamento da diabetes afeta o doente a nível pessoal, familiar e laboral, tendo também consequências na qualidade de vida e na adesão à terapêutica. Um tratamento bem-sucedido só resulta de uma verdadeira parceria entre o doente, a família e os profissionais de saúde.


As equipas de profissionais de saúde dos cuidados de saúde primários têm um papel essencial na educação destes doentes, para auxiliar na sua adaptação à doença, à terapêutica e, ainda, à vigilância da glicemia.


O tratamento deve basear-se, portanto, numa abordagem multidisciplinar, centrada no doente.


Para além da terapêutica farmacológica, o ensino para uma alimentação saudável é determinante para garantir um correto controlo glicémico, ou seja, a quantidade de açúcar no sangue, e evitar a evolução da doença, com o surgimento de complicações associadas, como as doenças cardiovasculares e a insuficiência renal.


É de destacar a importância dos nutricionistas no acompanhamento destes doentes, pois se há doença crónica na qual a alimentação desempenha um papel primordial, esta é sem dúvida uma delas.



Dotar o Serviço Nacional de Saúde de mais nutricionistas será um investimento na prevenção e no tratamento da diabetes no nosso país.



Implementar estratégias de orientação nutricional e definir um plano alimentar individualizado, controlar o peso excessivo e ensinar a quantificar alimentos, são algumas das abordagens do nutricionista na diabetes, que o torna um profissional de saúde essencial e insubstituível no plano de tratamento destes doentes.


Contudo, os nutricionistas são escassos nos cuidados de saúde primários. Neste momento, podemos até afirmar que Portugal não utiliza estes recursos humanos valiosos de que dispõe para o sucesso terapêutico dos doentes com diabetes.


Dotar o Serviço Nacional de Saúde de mais nutricionistas nos cuidados de saúde primários será um investimento na prevenção e no tratamento da diabetes no nosso país.



Os doentes com diabetes necessitam de cuidados nutricionais e alimentares de continuidade.



Em 80% dos casos a diabetes pode ser prevenida, dado tratar-se de uma doença em grande parte resultante dos ambientes alimentares pouco salutogénicos da atualidade.


Os hábitos alimentares inadequados, a obesidade e o sedentarismo são os principais fatores de risco para o seu surgimento da diabetes tipo 2.


Os doentes com diabetes necessitam de cuidados nutricionais e alimentares de continuidade.


Nesta matéria é caso para dizer que o número de portugueses com diabetes em Portugal é muito elevada, mas o número de nutricionistas nos serviços públicos de saúde não.



Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas

Fonte: DNLife, online, 26 de novembro de 2018