A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas reuniu no passado dia 14 de dezembro com o Ministro da Saúde a propósito da reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A Ordem dos Nutricionistas aplaude esta decisão e encontra-se desde já a delinear um documento, a ser entregue ao Ministério da Saúde, com o objetivo de demonstrar a importância da nutrição na sustentabilidade do SNS. Este documento está a ser elaborado com o auxilio de um conjunto de colegas que, dada a sua experiência profissional, em muito auxiliarão no delineamento das estratégias da Ordem dos Nutricionistas para o SNS.
Portugal é dos países que apresenta maior prevalência de doenças associadas aos desequilíbrios alimentares, desde logo as doenças cardiovasculares, a diabetes e a obesidade.
A presença de nutricionistas é claramente insuficiente no SNS, pelo que é a principal fragilidade que Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, pretende reverter. "O aumento do número de nutricionistas no Serviço Nacional de Saúde impõe-se como prioritário. Neste momento, temos apenas cerca de uma centena de nutricionistas a exercerem nos cuidados de saúde primários, um número que representa apenas um quinto daquilo que é manifestamente essencial para conseguirmos melhorar a qualidade de vida da população", explica a Bastonária.
Nos hospitais exercem cerca de 300 profissionais, mas também aqui a Ordem dos Nutricionistas diz que este número está aquém do desejável. Os estudos são claros ao demonstrarem que a intervenção nutricional precoce traz ganhos na saúde dos doentes e na redução dos custos, quer no internamento quer no tratamento. Alexandra Bento refere que, no documento que a Ordem dos Nutricionistas se encontra a elaborar, este âmbito será reforçado, revestindo-se de especial importância.
Para a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas é fundamental reforçar o investimento em programas de promoção de saúde e de prevenção da doença através da alimentação, com a concretização de uma política alimentar e nutricional concertada, com intervenção de todos os intervenientes na saúde, só assim se contribui, significativamente, para o auxílio à sustentabilidade do SNS. Alexandra Bento considera que "é fundamental que o Governo entenda que a alimentação deve andar de braço dado com a saúde, através do investimento em políticas que visem promover a comportabilidade do serviço e a saúde da população".
Recorde-se que o Ministério da Saúde nomeou três coordenadores nacionais (para os cuidados de saúde primários, hospitalares e continuados) para apresentarem propostas concretas para a reforma do SNS, elencando as prioridades para um horizonte temporal de 100 dias.