A Ordem dos Nutricionistas e as restantes Ordens Profissionais da Saúde vão organizar um encontro para debater “O futuro do financiamento da Saúde em Portugal”, que contará com a participação do Presidente da República, do Ministro da Saúde e de representantes de todos os grupos parlamentares.
Organizado pelas Ordens Profissionais da Saúde, este encontro tem por objetivo lançar a discussão pública em torno da necessidade de criação de uma Lei de Programação da Saúde.
A decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), o dia 4 de março de 2017, pretende reunir contributos e promover o debate sobre o tema da programação a médio e longo prazo do investimento público na área da Saúde, respondendo assim ao repto lançado pelo Presidente da República da Saúde durante uma reunião com as Ordens Profissionais da Saúde.
O pontapé de saída da discussão foi dado pelas Ordens Profissionais dos Enfermeiros, Farmacêuticos, Médicos, Médicos Dentistas, Nutricionistas e Psicólogos, com a elaboração de um documento público com contributos sobre como melhorar a sustentabilidade do Sistema de Saúde em Portugal. A Ordem dos Nutricionistas centrou as suas propostas na consagração da Nutrição como uma área de ação fundamental para a prevenção e tratamento de algumas das mais prevalentes patologias da população portuguesa.
Desde logo, a Ordem dos Nutricionistas propôs a redação de uma Lei de Soberania Alimentar que assegure o Direito à Alimentação no quadro jurídico nacional, criando para isso dois instrumentos reguladores: o Conselho Nacional de Alimentação e Nutrição, que servirá de órgão consultivo dos decisores políticos, e o Observatório de Alimentação e Nutrição, responsável pela realização de estudos epidemiológicos e de investigação nesta área.
Por outro lado, a Ordem dos Nutricionistas pretende assegurar a prestação de cuidados nutricionais adequados em todo os níveis do Serviço Nacional de Saúde (SNS), propondo a contratação de mais profissionais para o SNS, nos seguintes rácios:
- 1 nutricionista para cada 20.000 utentes no caso dos Cuidados de Saúde Primários;
- 1 nutricionista para cada 50 camas de Hospitais oncológicos e centrais;
- 1 nutricionista para 75 camas nos restantes Hospitais;
- 1 nutricionista em cada estrutura de Unidade de Cuidados Continuados a tempo total ou parcial, adequando à dimensão e vulnerabilidade dos utentes.
Neste momento, nem metade destas necessidades estão asseguradas em Portugal, mas a Ordem dos Nutricionistas propõe ainda que a promoção da saúde através da alimentação se realize muito para além do Serviço Nacional de Saúde, alargando a contratação de nutricionistas para escolas, autarquias e instituições de solidariedade social.
INSCRIÇÕES GRATUITAS através do email: raquel.neto@ordemfarmaceuticos.pt