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Autarquias devem dar fruta ao lanche às crianças todos os dias, defendem os nutricionistas

Autarquias devem dar fruta ao lanche às crianças todos os dias, defendem os nutricionistas
13 de Junho de 2018

As câmaras municipais deviam distribuir fruta e hortícolas às crianças do 1.º ciclo do ensino básico ao lanche, cinco vezes por semana, aproveitando não só a totalidade dos fundos europeus disponíveis para este efeito, mas indo mais além e investindo algum do seu orçamento nesta tarefa, defende a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento.


Comentando a notícia do PÚBLICO, que revelou que, desde há quase uma década, Portugal tem aproveitado apenas cerca de um quarto da verba disponibilizada pela União Europeia para o programa Regime de Fruta Escolar (RFE), que visa incentivar as crianças a comer fruta e hortícolas nas escolas públicas (duas vezes por semana), Alexandra Bento considera “lamentável” que o país desperdice este apoio por causa da burocracia, mas considera que as autarquias devem ter um papel mais activo a este nível.


“É verdade que este programa é muito burocrático e pesado, mas as autarquias devem, em conjunto, levar o Governo a desburocratizar todo o processo”, advoga a bastonária.  


Alexandra Bento considera mesmo que os municípios deviam fazer um esforço para aderir ao programa (as autarquias que participam no RFE passaram de 154, no ano lectivo 2019/2010, para apenas 114, em 2016/2017) e, além disso, podiam usar verbas próprias para o alargar, dando às crianças fruta ao lanche cinco vezes por semana, “como alguns municípios já fazem”.


Alexandra Bento recorda que há pelo menos um município, o de Vila Nova de Gaia, que já distribui fruta ao lanche cinco vezes por semana, porque as duas nutricionistas que trabalham na autarquia fizeram esta proposta e o executivo aceitou.


“É uma medida para a diminuição de desigualdades sociais e para a redução do problema da obesidade infantil”, enfatiza. “Ainda há muitas câmaras que olham para a promoção da alimentação saudável como um custo e não com um proveito”, lamenta a bastonária, que nota que só cerca de 10% das câmaras em Portugal têm nutricionistas.


“Num país que está num dos piores lugares, em termos europeus, no que toca à obesidade infantil, é um contrasenso que não se aproveitem verbas europeias para estimular o consumo de fruta e hortícolas, que são tão importantes para uma alimentação saudável”, acentua.



Alexandra Campos, acampos@publico.pt

Fonte: Público, edição online, 13 de junho de 2018