Após o primeiro congresso de nutrição sem recurso a patrocínios da indústria, a Ordem dos Nutricionistas repete a iniciativa, que está já agendada para os próximos dias 21 e 22 de março, na Culturgest, em Lisboa.
“Provámos que era possível fazer um grande congresso sem que, para isso, tivéssemos de recorrer a qualquer patrocínio. Contribuímos para o debate, ao mais alto nível, em torno da alimentação e nutrição. Por isso, temos a obrigação de repetir a iniciativa, com uma forte aposta em conferencistas de referência nacional e internacional”, sustenta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
Durante os dois dias do Congresso da Ordem dos Nutricionistas serão discutidas questões, como por exemplo; “Padrões alimentares sustentáveis para o futuro”; a “Alimentação e a pegada ecológica em Portugal”; os “Desafios dos nutricionistas no mundo”; a “Alimentação como um aliado da saúde pública”; “As funções dos governos nas políticas económicas em nutrição”, “Desertos alimentares” e “Ambiente obesogénico em áreas urbanas portuguesas”.
Em 2019, a dimensão internacional continua a ser uma forte aposta, reunindo nomes incontornáveis do sector, como por exemplo a académica Marion Nestle, catedrática e ex-directora do Departamento de Nutrição, Estudos de Alimentação e Saúde Pública na Universidade de Nova Iorque que vem apresentar o tema “How food companies skew the science of what we eat”.
De regresso está também o “Prémio Mérito Jovem Nutricionista”, iniciativa lançada no I Congresso da Ordem que pretende distinguir jovens que se destacam na investigação e empreendedorismo do sector.
A Ordem pretende também que este congresso sirva para voltar a colocar em cima da mesa a criação da carreira de nutricionista, o que permitirá a regularização da dispersão destes profissionais, que atualmente se encontram distribuídos por três carreiras distintas e inadequadas – Técnico Superior de Saúde; Técnico Superior e Técnico de Diagnóstico e Terapêutica. “Temos grande expectativas que este Governo regularize a situação, garantindo que todos os nutricionistas a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde estejam em igualdade de circunstâncias”, sustenta Alexandra Bento.
Recorde-se que 45% dos nutricionistas a trabalhar no SNS estão integrados na carreira de Técnico Superior de Saúde; 37% como Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica; e 17% como Técnicos Superior. Apesar da mesma carga horária, as mesmas funções e competências, estes profissionais estão integrados em diferentes carreiras, o que despoleta disparidades injustificadas.
Destinado a nutricionistas, estudantes, profissionais de saúde, responsáveis governamentais e a todos aqueles que, direta ou indiretamente trabalham com a alimentação e nutrição, este será o II Congresso com assinatura da Ordem dos Nutricionistas, a instituição que regula a profissão, que volta a contar também com o Alto Patrocínio do Presidente da República.
Fonte: Gazeta Rural, edição quinzenal, 15 de março de 2019