A bastonária da Ordem dos Nutricionistas alertou esta quarta-feira para a fome causada pela pandemia de COVID-19 e sublinhou que as crianças podem sofrer maiores repercussões derivadas da ausência de assistência social.
Apesar de Portugal não ter tido a cadeia de abastecimento de alimentos afetada, muitas famílias viram os seus rendimentos diminuir, pondo em causa a nutrição das crianças. Alexandra Bento explica que, no entanto, é necessário ter preocupações em relação ao equilíbrio alimentar das crianças.
"Temos famílias com dificuldades económicas agravadas e não nos podemos esquecer de que as escolas tiveram fechadas e não conseguiram providenciar a alimentação às crianças na totalidade”, afirmou em entrevista à TVI."
Dessa forma, a Ordem dos Nutricionistas espera que a retoma das aulas e da alimentação escolar seja uma boa altura para que o Ministério da Educação inclua os nutricionistas no ecossistema escolar - “algo que já estava previsto neste Orçamento do Estado para 2020”.
"Não podemos perder a oportunidade de colocar nutricionistas nas escolas porque não podemos dizer que não temos questões de dificuldade de acesso a uma alimentação equilibrada ou de baixo peso nas nossas crianças”, afirmou."
Segundo dados da UNICEF, mais de seis milhões de crianças com menos de cinco anos correm o risco de sofrer desnutrição, devido à pandemia de Covid-19.
Esta estimativa avançada pela organização internacional representa um aumento de sete milhões de crianças face aos números atuais.
Antes da pandemia do novo coronavírus, 47 milhões de crianças em todo o mundo já sofriam de problemas de desnutrição, perda de peso e de magreza extrema, segundo sublinhou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Fonte: TVI24, online, 29 de julho de 2020
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"A repercussão da pandemia na nutrição das crianças pode ser mais grave do que a Covid-19"
Mais de seis milhões de crianças com menos de cinco anos correm o risco de sofrer desnutrição, devido à pandemia de COVID-19.
Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, sublinhou que, no caso das crianças, a fome gerada pela pandemia terá repercussões mais graves.
Apesar de Portugal não ter tido a cadeia de abastecimento de alimentos afetada, muitas famílias viram os seus rendimentos diminuir, pondo em causa a nutrição das crianças.
Fonte: TVI24, online, 29 de julho de 2020